A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) promoveu, nesta terça-feira (8), um seminário híbrido sobre "Educação verde e empreendedora", reunindo lideranças acadêmicas nacionais e internacionais para debater como integrar práticas sustentáveis e inovadoras às diretrizes curriculares nacionais (DCNs) e às atividades extensionistas da educação superior.
A abertura do bate-papo contou com a apresentação do diretor presidente da ABMES, Celso Niskier, que comentou sobre a relevância do tema. “A educação superior tem um papel fundamental na construção de um futuro sustentável. Promover a integração entre conteúdos, práticas e valores ligados à sustentabilidade é uma missão estratégica para formar cidadãos capazes de transformar a sociedade”, afirmou.
Iara de Xavier, CEO da EDUX21 e assessora da presidência da ABMES, mediou o debate e destacou a urgência da pauta ambiental no contexto educacional e o papel das instituições de ensino superior como catalisadoras de mudanças estruturais. “Este seminário é um marco. É hora de transformar quantidade em qualidade, capilarizando o debate sobre sustentabilidade nas instituições de ensino superior e fortalecendo o papel da liderança nesse processo de mobilização”, disse.
O evento contou com a participação de Stephen Davison, diretor de Estratégia da Cambridge Zero, da Universidade de Cambridge, que apresentou a experiência da instituição britânica com educação climática, políticas públicas e impacto social. “Nosso objetivo é maximizar nossas capacidades em várias áreas da universidade que apoiam ações climáticas para alcançar um mundo mais resiliente e sustentável. A educação deve estar o mais próxima possível da pesquisa e envolver diretamente os estudantes nesse processo”, explicou. Davison enfatizou a importância de uma abordagem sistêmica e transversal, onde ensino, pesquisa, inovação e engajamento comunitário caminham juntos para fortalecer a ação climática universitária.
Na sequência, a professora Francislene Hasmann, diretora adjunta de Regulação do Grupo Ser Educacional, compartilhou os esforços da rede em implantar uma formação cidadã com ênfase ambiental e empreendedora, com destaque para a curricularização da extensão, projetos sociais e ações práticas como a Feira de Empreendedorismo e a campanha nacional de coleta seletiva. “A gente tenta colocar a educação verde e o empreendedorismo no DNA de tudo o que fazemos. São mais de 250 mil alunos envolvidos em projetos de extensão com impacto social real, porque formar cidadãos conscientes vai além da sala de aula”, comentou.
“A COP não é da Amazônia, é uma oportunidade do Brasil. E a Universidade da Amazônia, com 50 anos de história, tem o compromisso de mostrar ao mundo que é possível promover desenvolvimento preservando a floresta e valorizando o saber ancestral dos povos da região”, declarou a professora Maria Betânia Fidalgo, reitora da Universidade da Amazônia (Unama). Ela trouxe uma potente reflexão sobre o papel das universidades amazônicas na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável e na mobilização para a COP 30, que ocorrerá em Belém (PA), em novembro. A Unama lidera um conjunto robusto de ações rumo à Conferência da ONU, como a criação de cursos gratuitos em quatro idiomas, parcerias internacionais, produção de conteúdo multimídia e ações práticas como a certificação Lixo Zero e campanhas de engajamento comunitário com foco em resíduos sólidos.
O seminário evidenciou que a educação verde e empreendedora ultrapassa o discurso e já se manifesta em práticas concretas nas instituições privadas brasileiras, especialmente quando há articulação entre gestores, professores, estudantes e comunidade.
Prêmio Fernando Braga
Durante o evento, também foram conhecidos os vencedores da segunda edição do Prêmio Fernando Braga de Sustentabilidade Ambiental na Educação Superior, realizado pela ABMES em parceria com a EDUX21. A premiação busca valorizar projetos desenvolvidos por instituições de ensino superior que contribuem significativamente para a proteção ambiental e a promoção de uma cultura sustentável no ambiente acadêmico.
Nesta edição, 132 projetos foram submetidos, dos quais 108 atenderam plenamente ao regulamento. Os premiados receberam troféus e prêmios em dinheiro: R$ 16 mil para o primeiro lugar, R$ 8 mil para o segundo e R$ 4 mil para o terceiro.
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A ABMES e a EDUX21 reafirmaram seu compromisso com a valorização de práticas inovadoras e sustentáveis, estimulando o engajamento de toda a comunidade acadêmica em torno de um futuro mais verde e justo.